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26 dezembro 2010

SAAS: O SOFTWARE COMO SERVIÇO

SaaS (software-as-a-service ou Software como Serviço), que promete ser a tendência para um futuro não muito distante, dando mais agilidade e menor custo para as empresas no mercado em geral, sendo uma tendência também para desenvolvedores de software, que não irão se preocupar em se deslocar para fazer manutenção, por que os softwares estarão gravados em servidores online na web, onde os dados e os aplicativos ficarão disponíveis para serem acessados em qualquer lugar do mundo sem precisar de uma configuração de hardware adequada em sua máquina.
Com esse modelo muitas empresas estão mudando a forma de adquirir licenças de softwares, e passando a comprar apenas o que usa, tornando uma alternativa mais moderna e viável para as empresas, que começam a ver os resultados favoráveis de quem já faz uso do SaaS, e aos poucos vão aderindo a nova tecnologia.Simples, barato e flexível, o software como serviço, ou SaaS, oferece uma maneira mais rápida de gerar valor para os negócios, principalmente na atual conjuntura econômica e já virou realidade dentro das empresas (SPOSITO, 2008). A idéia básica prevê o fim das licenças e o pagamento de uma taxa que varia com o uso, e traz alguns fatores positivos como:
Implementação mais rápida de aplicações, especialmente quando a integração com sistemas de gestão (ERP - Enterprise Resource Planning) for otimizada (Accenture, 2009).
Diferentemente do licenciamento, a quantidade de assinantes de um software como serviço pode aumentar e diminuir de acordo com a necessidade do contratante. Isso permite flexibilidade e adequação do custo da empresa a sua realidade, dando a empresa à oportunidade de se adaptar às mudanças durante ciclos de negócio e de vendas.Como o software está pronto para o uso no servidor do fornecedor, o processo de implantação normalmente é mais rápido. Pelo mesmo motivo, o suporte técnico é facilitado, não sendo necessário, por exemplo, deslocamento de equipe técnica.
Menor custo total de propriedade devido à manutenção terceirizada de infra-estrutura não essencial e a orçamentos de manutenção com contratos de serviço, não é necessária compra de hardware, uma vez que o software está na internet. Também é dispensada a aquisição de licença. Além disso, a contratação do serviço pode ser abatida no cálculo do imposto de renda sobre o lucro líquido, pois é contabilizada como despesa, enquanto a aquisição é considerada um ativo imobilizado (DigitalInteligence, 2009).No modelo, software como serviço, a evolução dos sistemas não precisa ser mais adquirida. A tendência é que os novos recursos e atualizações de versões sejam incorporados automaticamente e simultaneamente aos produtos, dando mais tempo para as equipes de TI (Tecnologia da Informação) se concentrar em inovação e criação de novas aplicações, dedicando-se menos a manutenção, suporte e gerenciamento de software.
Como o software está na internet, ele pode ser acessado pelos assinantes de qualquer lugar do mundo e a qualquer momento, permitindo mais integração entre unidades de uma mesma empresa, gerando uma maior adoção por parte dos usuários e melhor desempenho, explorando aplicações SaaS que os próprios usuários ajudaram a criar.
Além disso, o SaaS pode ter grande impacto nos modelos de negócios porque seu uso incentiva o desenvolvimento dos processos que abrangem toda a empresa, permitindo que a companhia se concentre no que a diferencia da concorrência (Accenture, 2009).
A presença do modelo SaaS no mercado mundial de software vem se ampliando. Segundo o Gartner (empresa de consultoria) o consumo de aplicações corporativas como serviço deverá aumentar 22,1% até 2011. A previsão é que, até lá, o SaaS venha a representar 25% do mercado de software utilizado nas empresas. A receita global gerada pelo SaaS, ainda de acordo com o Gartner, deverá atingir 11,5 bilhões de dólares em 2011 (SPOSITO, 2008).
Uma das principais diferenças entre o SaaS e outros modelos criados como alternativa à compra de licenças de software está na tecnologia adotada. De modo geral, as aplicações disponíveis nesses novos modelos foram desenvolvidas especificamente para o ambiente web, utilizando padrões abertos (como Java) e SOA (arquitetura orientada a serviços), facilitando a integração com outros sistemas e também a migração de aplicações, o que elimina os vínculos em relação ao fornecedor.
Essa flexibilidade para trocar a aplicação e, conseqüentemente, o fornecedor, é um dos fatores que, de acordo com um estudo da consultoria McKinsey & Company, deverá fazer o modelo SaaS decolar (SPOSITO, 2008). Muitos usuários acreditam que teriam um maior controle do relacionamento com os fornecedores se simplesmente pagassem uma taxa mensal pelo uso do serviço, que poderia ser trocado por outro caso não fosse satisfatório. Outro atrativo do modelo SaaS está na redução do custo total de propriedade. O estudo da McKinsey mostra que o TCO (Total Cost of Ownership - Custo Total da Posse) pode ser 30% menor em relação ao modelo convencional de compra de licenças de software, no caso de uma aplicação de CRM (Customer relationship management) para 200 usuários. Na comparação feita pela consultoria, as despesas com a assinatura do serviço são até mais altas do que a compra de licenças do software. Mas em todos os outros itens avaliados o SaaS leva vantagem: o tempo e o custo de implantação são menores, não há necessidade de investimento em infra-estrutura, o treinamento de usuários é simples e, ainda, não é preciso pagar por atualizações nem por licenças muitas vezes não utilizadas( SPOSITO, 2008).
Na verdade, o SaaS traz internamente, algumas características de modelos mais antigos de serviços de entrega online de software, como o ASP (Application Service Provider) que ainda tem seus adeptos. Mas os fornecedores que atuam nesse mercado fazem questão de deixar claro que o SaaS é uma evolução do ASP.
Apesar dos atrativos, ainda não é para todo tipo de software que o conceito de SaaS funciona. Ele está maduro para aplicações básicas, padronizadas, que podem ser compartilhadas por várias empresas e não exigem customização, por exemplo, nas áreas de recursos humanos, CRM (Customer relationship management - Gestão de Relacionamento com o Cliente), contabilidade e de colaboração. O SaaS traz vantagens nesses casos porque oferece custo mais baixo e é mais fácil de instalar e de manter. Mas para sistemas críticos, que trazem um diferencial para a companhia, o modelo não é viável, porque ainda não chegou a um grau de maturidade confiável. Como sistemas críticos exigem customização, o uso de SaaS fica comprometido.
O uso de software como serviço ainda desperta desconfiança em muitos CIOs (Chief Information Officer - ou diretor de informática), principalmente em relação à segurança e à confidencialidade das informações. São incertezas como: se a aplicação estará disponível quando o usuário precisar, ou quanto à garantia da privacidade de dados estratégicos em aplicações compartilhadas com outras empresas, em muitos casos até concorrentes que criam o principal obstáculo no caminho da expansão do modelo SaaS. Seu peso pode ser decisivo na hora de optar entre a adoção ou não desse novo conceito.
As aplicações desenvolvidas como SaaS rodam em plataformas que podem ser acessadas e compartilhadas, por milhares de usuários, o que dilui os custos do serviço em relação aos antigos modelos baseados em arquitetura cliente-servidor, tornando uma grande vantagem do software como serviço.
A salesforce.com, é a mais conhecida fornecedora de CRM como serviço, tendo três data centers da empresa nos Estados Unidos passando de 130 milhões de transações por dia, realizadas em todo o mundo por mais de 38 mil clientes e um milhão de usuários (JOAQUIM, 2009). No modelo da empresa, o cliente paga uma assinatura mensal pelo número de usuários do serviço.
O diretor geral da empresa Katena Cunsultoria Empresarial, viu sua empresa crescer em 2008 nada menos que 800% se comparando á 2007(JOAQUIM, 2009). Tornando-se assim a companhia em um canal da salesforce.com no Brasil.
A empresa Katena nasceu em 2005, como uma consultoria especializada em refazer implementações mal sucedidas em CRM.
Após algum tempo da abertura da empresa, adotou-se o modelo de Cloud Computinng (Computação nas Nuvens) e identificou que a venda do software como serviço (SaaS) seria uma boa alternativa para seus clientes que sofriam com os aplicativos normais. Com tudo isso se pode constatar que os clientes tinham amadurecido em relação à tecnologia e que estavam bem mais cientes dos benefícios que teriam tendo uma demanda ativa.
A promessa de corte de custos que o modelo oferece e a própria facilidade de aquisição da tecnologia, estão entre alguns dos argumentos dos defensores do modelo, por que não é preciso gastar com infra-estruturas nem com manutenção.
Essa facilidade para diminuir despesas foi o principal motivo da mudança de postura de muitos CIOs que, até quatro anos atrás, tinham receio em transferir os dados da empresa para os servidores da salesforce.com. Uma das empresas que utilizam o salesforce.com no Brasil é a companhia de seguros e previdência Icatu Hartford. Hoje, 100 pessoas da equipe de vendas da Icatu Hartford, espalhadas por todo o país, acessam a aplicação da salesforce.com de suas casas, de cibercafés ou, usando laptops, de qualquer lugar com uma conexão à web (SPOSITO, 2008).
O sucesso da salesforce.com tem estimulado outros desenvolvedores a criar aplicações baseadas no seu modelo, e até a pegar carona em sua plataforma. Mais de 750 aplicativos corporativos, complementares à solução de CRM, já foram desenvolvidos utilizando a plataforma Force.com da empresa. Atualmente, cerca de 62 mil desenvolvedores no mundo inteiro compartilham essa plataforma. Um deles é a brasileira Datasul. Desde 2001, a empresa oferece sua solução de ERP como serviço, porém na modalidade ASP. Em outubro do ano passado, a Datasul fechou um acordo com a salesforce.com para usar sua infra-estrutura, no modelo SaaS, em um novo sistema de gestão de frotas desenvolvido na plataforma Force.com, com base em arquitetura SOA e em conceitos da web 2.0. Disponível em português, inglês e espanhol, a solução tem como alvo inicial os mercados da América Latina, Estados Unidos e Europa (SPOSITO, 2008).
Uma das inovações introduzidas com o conceito de SaaS é a flexibilização da forma de pagamento, mesmo sendo pelo uso, ela varia conforme o tipo de aplicação. No caso do sistema de gestão de frotas da Datasul, a empresa paga por veículo gerenciado.
A oferta de soluções mais complexas, envolvendo processos completos ou a integração de múltiplas áreas e empresas, é uma tendência no caminho da evolução do modelo SaaS. O estudo realizado pela consultoria McKinsey observa que, na primeira fase, o SaaS foi dominado por aplicações que não são de missão crítica, não requerem alta segurança dos dados nem muita integração com outros sistemas corporativos. A próxima onda trará um novo nível de sofisticação, segundo o estudo, e terá aplicações que vão envolver transações entre compradores e fornecedores, como SCM (Supply Chain Management - Gestão da Cadeia de Fornecimento) e logística (SPOSITO, 2008).
A entrega de aplicações online, na forma de serviços, é uma tendência irreversível que vem ganhando impulso com tecnologias como a web 2.0 e com o próprio sucesso dos fornecedores que já aderiram ao modelo, forçando fornecedores de software que ainda trabalham com a venda de licenças a adotar posturas mais flexíveis. Um estudo recente da empresa analista de mercado IDC indica que o modelo SaaS deverá revolucionar o cenário das parcerias entre provedores de aplicações, especialmente os que fazem parte do mesmo ecossistema de negócios. A Oracle, uma das primeiras a apostar nesse conceito, hoje oferece todos os seus aplicativos (ERP, CRM, business intelligence, entre outros) na forma de serviço.
Mas existem alguns riscos com esse crescimento acelerado, na medida em que evolui, o modelo de software por demanda passa a exigir do CIO alguns cuidados especiais. Para começar, é provável que para integrar a aplicação contratada como serviço a outros sistemas corporativos (principalmente os mais antigos, desenvolvidos em arquiteturas fechadas) sejam necessárias mudanças no ambiente de TI. Algumas empresas de serviços (é o caso da IBM, por exemplo) já executam projetos visando à adaptação de sistemas desenvolvidos em outros ambientes para plataformas SaaS. Mas é preciso levar em conta esse gasto extra na hora de avaliar a contratação de um aplicativo como serviço (SPOSITO, 2008).
Antes de sair migrando seus aplicativos off-line é interessante saber se sua rede interna pode lidar coma carga excedente gerada pelo tráfego na rede e garantir a segurança no seu canal de comunicação. Afinal se um desempenho de rede for ruim, pode tornar os aplicativos muito lentos, frustrar a experiência do usuário e prejudicar a produtividade (EDSON, 2008).

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